sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CRAQUE IMORTAL – ZIDANE

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 ZIDANE - frança


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Nascimento: 23 de Junho de 1972, em Marselha, França.
Posição: Meia
Clubes: Cannes-FRA (1988-1992), Bordeaux-FRA (1992-1996), Juventus-ITA (1996-2001) e Real Madrid-ESP (2001-2006).
Principais títulos por clubes: 1 Copa Intertoto da UEFA pelo Bordeaux.
1 Mundial Interclubes (1996), 1 Supercopa da UEFA (1996), 1 Copa Intertoto da UEFA (1999), 2 Campeonatos Italianos (1997 e 1998) e 1 Supercopa da Itália (1997) pela Juventus.
1 Mundial Interclubes (2002), 1 Liga dos Campeões da UEFA (2002), 1 Supercopa da UEFA (2002), 1 Campeonato Espanhol (2003) e 2 Supercopas da Espanha (2001 e 2003) pelo Real Madrid.
Principais títulos por seleção: 1 Copas do Mundo (1998) e 1 Eurocopa (2000) pela França.
Principais títulos individuais:
Melhor jogador jovem da Ligue 1 (1994)
Jogador do ano da Ligue 1 (1996)
Melhor jogador estrangeiro do ano na Serie A (1997 e 2001)
Melhor meio campista do ano da UEFA (1998)
Jogador do ano pela revista World Soccer (1998)
Bola de Ouro da revista France Football (1998)
Jogador francês do ano (1998 e 2002)
Onze d’Or (1998, 2000 e 2001)
Melhor jogador do mundo da FIFA (1998, 2000 e 2003)
Eleito para a lista dos 100 melhores jogadores do século XX da World Soccer (1999)
Melhor jogador da Eurocopa  (2000)
Melhor jogador de clube do ano da UEFA (2002)
FIFA 100 (2004)
Melhor jogador da Europa dos últimos 50 anos (2004)
Bola de Ouro da Copa do Mundo FIFA (2006)
Prêmio Laureus (2011)
Melhor jogador dos últimos 20 anos da Liga dos Campeões da UEFA (2011)

 “Virtuose da bola”
O futebol francês, ao longo das décadas, sempre teve ótimos jogadores que ficaram imortalizados na história do esporte por suas brilhantes atuações como Kopa, Fontaine, Piantoni, Trésor, Tigana. Na década de 80, surgiu o então maior jogador do futebol francês, Michel Platini, que encantou a Europa e o mundo com apresentações exuberantes na Juventus e na seleção francesa. Porém, ele não conseguiu fazer o grande time da França na época vencer uma Copa do Mundo. Até que, na década de 90, os deuses do futebol deram aos franceses um jogador ainda melhor que Platini, mais cerebral, preciso e formidável: Zinedine Zidane. O craque conseguiu exatamente o que Platini não foi capaz: vencer uma Copa do Mundo, em 1998. De quebra, faturou a Eurocopa de 2000 e colocou a França no topo. O jogador conquistou os franceses e tomou o lugar que era de Platini como melhor jogador da história da França. Zizou jogou muito na década de 90 e em parte da de 2000. O jogador escolheu uma decisão de Copa do Mundo, em 2006, para encerrar a carreira. Mas um gesto irracional manchou o fim do grande mago francês e pesadelo dos brasileiros em duas Copas. Mesmo assim, o que Zidane fez nos gramados dos quatro cantos do mundo é impagável. Hora de relembrar.
Brilhante desde cedo
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Descendente de argelinos, Zidane cresceu no sul da França e desde pequeno já chamava a atenção por sua notável habilidade com a bola. O futuro craque começou no pequenino Victório Mello FC, até ir para o Septèmes-les-Vallons. Depois de quatro anos, ele já despertava o interesse de olheiros dos grandes clubes da França. Seu sonho era jogar em seu time do coração, o Olympique de Marselha, mas os olheiros do clube não chegaram ao jogador. Com isso, ele estreou como profissional pelo Cannes. No clube, Zizou jogou de 1988 até 1992, e fez apenas 6 gols em 67 jogos. Sua estada no time ficou marcada por não render o esperado quando mais o time precisava dele. O Cannes foi rebaixado da Ligue 1 na temporada 1991/1992, mas mesmo com um desempenho fraco, o Bordeaux arriscou e comprou o passe do meia, que mudou de ares em 1992.
Surgindo um craque
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Contestado no Cannes, Zidane começou a brilhar no Bordeaux. Ao lado de outros jovens craques franceses como Lizarazu e Dugarry, Zidane logo conquistou os torcedores e as primeiras convocações para a seleção francesa. Mas o melhor ainda estava por vir.

O primeiro título
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Em 1995, Zidane conquistou seu primeiro título como profissional: a extinta Copa Intertoto da UEFA, que dava uma chance aos clubes europeus que não conseguiam uma vaga nas principais competições do continente a lutar por duas vagas na Copa da UEFA. Isso mesmo, a Intertoto tinha mais de um campeão. O Bordeaux foi o líder em seu grupo na primeira fase, com três vitórias e um empate. No mata-mata, vitória nas oitavas de final por 3 a 0 sobre o Frankfurt (ALE), 2 a 0 no Heerenveen (HOL) nas quartas e a classificação para a Copa da UEFA e o título da Intertoto nas semifinais, ao superar o Karlsruhe (ALE) por 2 a 0 e 2 a 2.

Despontando no continente
Com a vaga garantida na Copa da UEFA de 1995/1996, o Bordeaux tratou de não fazer feio. Muito menos Zidane. Ao lado de seus compatriotas, o craque conduziu o time francês até a final, em uma campanha maravilhosa. Nas oitavas de final, um gol de Zizou colocou o Bordeaux nas quartas de final, mesmo com a derrota por 2 a 1 contra o Betis (o Bordeaux tinha vencido o primeiro jogo por 2 a 0, com isso, avançou com 3 a 2 no placar agregado).
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Nas quartas de final, o Bordeaux mostrou poder de reação e, após perder o primeiro jogo fora de casa para o poderoso Milan de Roberto Baggio, venceu em casa por 3 a 0 com show de Zidane e Dugarry, que marcou dois gols. Nas semifinais, o time despachou o Slavia Praga (RCH) com duas vitórias por 1 a 0. Na final, porém, o time de Zidane não foi páreo para o ótimo Bayern München de Kahn, Matthäus, Papin, Ziege, Scholl e Klinsmann, que venceu os dois jogos da final por 2 a 0, na Alemanha, e 3 a 1, na França. A derrota foi um baque para Zidane, mas era o que ele precisava para entrar de vez na vitrine do futebol europeu e despertar o interesse de um gigante: a Juventus. Foi para Turim que o craque migrou naquele mesmo ano de 1996, pouco depois de o time italiano vencer a sua segunda Liga dos Campeões na história.

A primeira grande era
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O torcedor da Juventus ria a toa em 1996. O time acabara de vencer a Liga dos Campeões, a equipe era brilhantemente comandada pelo futuro campeão mundial com a Itália, Marcelo Lippi, e tinha craques do naipe de Ferrara, Pessotto, Vierchwood, Deschamps, Vialli e o jovem Del Piero. Para melhorar, chegava mais um meia francês que prometia muito, fazendo o torcedor crer em um novo Platini. Com o tempo, porém, Zidane provou ser muito mais que “um novo Platini”. O jogador logo de cara mostrou a que veio na disputa da Supercopa da UEFA, contra o PSG-FRA. Na época, a competição era disputada em dois jogos. O time italiano humilhou os franceses ao aplicar 6 a 1 em pleno estádio Parc des Princes, em Paris, no primeiro jogo. Foi um show magnífico dos alvinegros de Turim. Na partida de volta, um “magro” 3 a 1 para a Juve deu o título aos italianos. Era o segundo troféu de Zidane na carreira, que começaria a ser recheada de conquistas.
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Derrotando o ídolo
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O segundo título de Zidane com a camisa da Juventus foi o Mundial Interclubes, na decisão contra o River Plate, no Japão. A Juve venceu por 1 a 0, gol de Del Piero no finalzinho do jogo, e conquistou seu bicampeonato mundial. O duelo foi especial para Zizou, que pôde encontrar seu maior ídolo na carreira: o uruguaio Enzo Francescoli. Zidane, naquele jogo, conseguiu a camisa do jogador e a tem até hoje como um amuleto. A adoração do craque francês pelo grande jogador uruguaio se deu, principalmente, pelo período em que Francescoli jogou no Olympique de Marselha, time do coração de Zizou. Zidane, anos mais tarde, batizou seu filho com o nome de Francescoli: Enzo Zidane.

Glórias nacionais, decepções continentais
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A Juventus tinha um dos maiores esquadrões da Europa em 1997. O time mesclava a experiência de ótimos defensores e meio campistas com uma talentosa e jovem comissão de frente, liderada, claro, por Zidane e Del Piero. Depois de ganhar quase tudo em 1995/1996, o time de Turim tratou de fazer bonito em casa. O time, em uma emocionante disputa contra o ótimo Parma da época, venceu o campeonato italiano de 1996/1997 com apenas dois pontos de vantagem sobre o rival. O time ainda venceu a Supercopa da Itália ao bater o Vicenza por 3 a 0. Porém, houve uma decepção. Na Liga dos Campeões, o time italiano fez uma campanha quase perfeita, invicta, após cinco vitórias e um empate na fase de grupos e três vitórias e um empate nas quartas e semifinais, com destaque para as duas vitórias sobre o forte Ajax, por 2 a 1 e um acapachante 4 a 1. Na final, o time encarou a surpresa Borussia Dortmund, da Alemanha. E justamente na decisão o time de Zidane conheceu a derrota: 3 a 1, com o craque francês sendo anulado de maneira épica pelo escocês Paul Lambert. Na temporada seguinte, Zidane marcou 7 gols na Série A italiana, que foram cruciais para o bicampeonato da Juve, cinco pontos à frente da Internazionale. Na Liga dos Campeões, Zidane começou a mostrar seu lado matador ao anotar vários gols na fase de grupos e também na de mata-mata. Dessa vez, a Juve perdeu algumas partidas, mas conseguiu chegar pela terceira vez consecutiva à final, feito não igualado desde então. Na decisão, Zidane e sua Juve sucumbiram diante do Real Madrid, que venceu por 1 a 0 e conquistou sua sétima Liga depois de 32 anos. Mal sabia Zidane que em breve ele seria parte integrante daquele time que começava a dar mostras do galáctico elenco que formaria muito em breve.
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Hora da verdade
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Brilhando pela Juventus, Zidane não despertava grande esperança na França para a Copa do Mundo de 1998, realizada no país.  Com uma quantidade incrível de talentos como Deschamps, Thuram, Trézéguet, Henry, Barthez, Blanc, Lebouef, Dugarry e Lizarazu, Zidane e sua França tinham a maior chance de todas em conquistar, enfim, um título mundial. Porém, o craque, desde 1996, vinha fazendo partidas bem fracas pela seleção e ficando mais de um ano sem marcar gols. Os torcedores do país não aturavam um jogador que fazia partidas magistrais pela Juventus e apagadas pela seleção. Contrariando a todos, Zizou profetizou: “eu vou ganhar essa Copa!”. Os franceses adorariam que fosse verdade, mas, na realidade, não confiavam. E começaram a Copa enfatizando tal posicionamento quando Zidane, logo no segundo jogo da fase de grupos, contra a Arábia Saudita, foi expulso ao pisar em um adversário caído. O cartão vermelho lhe rendeu dois jogos de suspensão. O craque só voltaria se a França chegasse até as quartas de final.
Volta na fogueira
Zidane retornou ao time justamente nas quartas de final, contra a entao vice-campeã mundial, Itália. O jogo foi duríssimo e muito disputado, e Zidane se apresentou bem melhor que em outras partidas. Porém, após empate sem gols, a decisão foi para os pênaltis, e deu França, que aproveitou os erros de Di Biagio e Albertini. Zizou converteu sua cobrança e ajudou o time a ir até as semifinais, contra a surpreendente Croácia de Suker. O time francês venceu de virada com dois gols de Thuram, com Zidane jogando bem, mas ainda longe do que se esperava dele. Mesmo assim, o país fazia a festa: pela primeira vez em sua história, a França decidia uma Copa do Mundo. E em casa. Porém, o adversário seria nada mais nada menos que o então campeão mundial: o Brasil, da estrela Ronaldo.
Calando os críticos
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A final entre França e Brasil na Copa do Mundo de 1998 era uma das mais esperadas das últimas edições do torneio. De um lado, os anfitriões, que esperavam o brilho de sua estrela maior, Zidane, e que torciam pro um título inédito em casa. Do outro, o consagrado Brasil, que tinha uma estrela em total ascendência, Ronaldo, um time guerreiro, um goleiro consagrado (Taffarel) e laterais que apoiavam e defendiam com extrema eficiência: Cafu e Roberto Carlos, este então 2º melhor jogador do mundo. Mas, o que era para ser uma partida equilibrada e proibida para cardíacos, foi um jogo de um time só: a França. Devido a uma convulsão de Ronaldo horas antes do jogo (Edmundo chegou a ser dado como titular no ataque, causando espanto geral nos brasileiros e na imprensa) o Brasil entrou em campo visivelmente abatido, e sua principal estrela irreconhecível. Resultado: França 3×0 Brasil, com o show tão aguardado de Zidane, que marcou 2 gols, de cabeça, e ajudou a sua seleção a conquistar pela primeira vez o mundial. Seu desempenho o coroou como o melhor jogador do mundo daquele ano, além de ser elevado ao status de ídolo da nação. Petit anotou o outro gol, já nos acréscimos, e selou a vitória por goleada.
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Nem o mais otimista torcedor francês esperava uma vitória como essa de sua seleção. Deixando as polêmicas de lado, a França consagrou-se como o melhor time do planeta, e terminou a competição invicta, com 6 vitórias e 1 empate. Enfim, os bleus podiam estampar uma estrela dourada em seu peito. E Zidane calava, com uma atuação de gala, a boca de todos os que o criticaram antes e durante a Copa. Nos momentos decisivos, o craque mostrava que decidia. Mesmo.
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Melhor do mundo
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As atuações de Zidane pela Juventus em 1998, bem como o show dado na final da Copa, renderam a ele o título de melhor jogador do mundo pela FIFA e pela revista France Football. Era a coroação pelas brilhantes jogadas, passes e gols que o craque vinha realizando desde o começo de sua carreira.
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Nova conquista com a França
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Zidane foi novamente decisivo no histórico título da Eurocopa de 2000 da França. O craque marcou gols nas vitórias contra a Espanha, nas quartas de final, e o gol de ouro contra Portugal, nas semifinais. Na decisão, a França perdia para a Itália até o final do jogo quando Wiltord empatou o jogo. Na prorrogação, a França chegou ao título com um gol de ouro de Trézéguet, se tornando a primeira seleção desde a Alemanha, em 1974, a vencer a Copa do Mundo e a Eurocopa em sequência. Zizou foi eleito o melhor jogador do torneio e venceu, também em 2000, seu segundo prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA. Ninguém podia com o craque francês.
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Nova era de ouro na Espanha
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Ídolo na Juve, Zizou entrou em um período de seca de títulos, vencendo, de 1999 até 2001 apenas uma Copa Intertoto da UEFA. Era a deixa para que, no final de 2001, ele se transferisse para o galático Real Madrid. A transação foi a maior da história do futebol na época, sendo superada apenas em 2009, quando Cristiano Ronaldo foi comprado pelo mesmo Real Madrid. Zidane chegou prontamente com status de ídolo e sabia que na Espanha viveria seus últimos momentos no futebol, por isso, deveria desempenhar um bom papel. Em 2001, ele venceu a Supercopa da Espanha, quando o Real Madrid bateu o Real Zaragoza por 3 a 0, com três gols de Raúl. No time de Madrid, Zidane começaria a brilhar de maneira mais constante em 2002, ano do centenário do time, que seria muito especial.
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Epopeia e o primeiro título europeu
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Com um timaço e craques como Raúl, Casillas, Hierro, Helguera, Roberto Carlos, Makélélé, Figo e, claro, Zidane, o Real Madrid queria vencer tudo o que disputasse em 2002, ano em que completava 100 anos. E a temporada começou mágica com o título da Liga dos Campeões da UEFA. No caminho até a final, Zidane foi decisivo e ajudou demais o time merengue. O ponto alto foram as semifinais, contra o arquirrival Barcelona, em que Zizou marcou um dos gols na vitória por 2 a 0 do Real em pleno Camp Nou, no primeiro jogo, dando tranquilidade para a partida de volta, no Santiago Bernabéu, que terminou empatada em 1 a 1.
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Na final, contra os alemães do Bayer Leverkussen, da grande revelação Ballack, Zidane mostrou porque era um dos maiores craques do planeta. O jogo estava em um ritmo alucinante na primeira etapa e empatado em 1 a 1. Até que Roberto Carlos avançou pela esquerda, cruzou para a área e Zidane, num dos lances mais mágicos, geniais e maravilhosos da história do futebol mundial, deu um voleio de perna esquerda de primeira que estufou as redes do goleiro Hans Butt: Real Madrid 2×1 Bayer. Golaço! O tento é considerado por muitos como o mais bonito da história da Liga dos Campeões, e é figurinha fácil em qualquer seleção de gols mais bonitos da história do futebol (veja o golaço lá embaixo, na seção “Extras”).
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Zidane dava ao Real a glória máxima do futebol europeu justamente no ano do centenário. Era bom demais para ser verdade! O que poderia ser melhor que aquilo? Uma Copa do Mundo.
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Decepção total
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Zidane e sua França eram os maiores favoritos ao título da Copa do Mundo. Campeões de tudo nos últimos 4 anos, os franceses pareciam não ter adversários. Porém, tudo deu errado na Copa do Japão e da Coreia. Poucos dias antes da estreia da equipe, em um amistoso contra a Coreia do Sul, Zidane sentiu um estiramento na coxa e ficou de fora das duas primeiras partidas da França no mundial. Sem o maior astro do país, a França perdeu para Senegal por 1 a 0 e empatou sem gols com o Uruguai. Na terceira e última partida da fase de grupos, a França teria que vencer a Dinamarca por dois gols de diferença se quisesse avançar as oitavas de final. Zizou jogou no sacrifício, e nada pôde fazer para ajudar os bleus: derrota por 2 a 0, eliminação e o “título” de seleção detentora do título mundial com a pior campanha na história das Copas, sem ao menos marcar um gol. A derrota foi um baque para o craque, que não sabia se teria condições de disputar uma nova Copa do Mundo, em 2006.
Soberania merengue
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Depois da decepção na Copa, Zidane levantou a cabeça e seguiu fazendo história no Real. O craque ajudou o time a vencer o único caneco que faltava na gorda galeria do time: a Supercopa da UEFA, quando o Real venceu o Feyenoord, da Holanda, por 3 a 1. Se o time seguia absoluto no continente, em casa o Real não foi bem, e perdeu o título espanhol e da Copa do Rei. Mas ainda faltava o Mundial, no final do ano, no Japão.
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Mundo merengue
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Zidane já tinha ao seu lado o brasileiro Ronaldo e o argentino Cambiasso como reforços quando o Real Madrid foi disputar o Mundial Interclubes, no Japão, contra o Olimpia (PAR). Os paraguaios sentiram a pressão de enfrentar os galácticos e não foram páreos para o esquadrão brancaleone, que venceu por 2 a 0. O jogo foi especial por um motivo: ambas as equipes comemoravam 100 anos exatamente em 2002. Pena que apenas uma teve o sabor de ser campeã mundial… Melhor para Zidane, que vencia seu segundo título intercontinental na carreira.

O título que faltava
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Zidane e o Real venceram, em 2003, o caneco que escapou em 2002: o Campeonato Espanhol. O time fez uma ótima temporada com 22 vitórias e apenas 4 derrotas em 38 jogos. Zidane brilhou como um dos grandes garçons do torneio, ajudando nos gols marcados por Ronaldo e Raúl. Ao lado de Figo e o inglês Beckham, o Real tinha nos galácticos a esperança de vencer tudo novamente, mas o outro torneio que veio no ano foi apenas a Supercopa da Espanha. Na Liga dos Campeões, o time foi eliminado pelo ex-clube de Zidane, a Juventus, que chegaria à final e a perderia para o Milan.
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Em 2003, Zidane igualou o recorde de seu companheiro de equipe, Ronaldo, e faturou seu terceiro título de melhor jogador do mundo da FIFA. Ali, porém, seria seu último grande momento, até 2006.
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Vacas magras e a aposentadoria
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O Real, mesmo com grandes nomes, começou a entrar em um período de vacas magras em 2004. O time via o rival Barcelona ressurgir com novas promessas e o auge de Ronaldinho, Deco, Eto´o e Cia. Zidane seguiu fazendo boas temporadas, mas em 2005 e 2006, já não apresentava o brilho que encantou o mundo nos anos anteriores. Em 2006, ele decidiu que encerraria a carreira após a Copa do Mundo. Antes do mundial, em maio, Zizou se despediu do Real Madrid em um amistoso contra o Villarreal, que terminou empatado em 3 a 3.
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O time do Real jogou com uma camisa comemorativa com os dizeres “ZIDANE – 2001-2006” logo abaixo do escudo do Real, em alusão ao período glorioso do craque em Madrid. Era hora do adeus, também, pela seleção.
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“A Copa de Zizou”
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Depois de ver sua seleção ser eliminada pela zebra grega na Eurocopa de 2004, Zidane se aposentou do time tempo depois. Porém, com a França passando apuros nas eliminatórias, ele, Thuram e Makélélé voltaram ao time e foram cruciais na classificação da equipe ao mundial. Mesmo com a grande ajuda, o craque era uma incógnita na disputa do mundial pelo fato de não ter apresentado um bom futebol nas duas últimas temporadas. Mesmo assim, foi o capitão e camisa 10 do time francês. Naquele ano, o Brasil era o grande favorito, com o chamado “quadrado mágico” formado por Ronaldinho, Ronaldo, Adriano e Kaká.
Na primeira fase, a França penou para se classificar. Após empatar em 0 a 0 com a Suíça e em 1 a 1 com a Coreia do Sul, e ainda perder Zidane para o jogo decisivo contra Togo, que acabou vencido pelos franceses por 2 a 0, a equipe mostrava que não era mais uma das favoritas. Zidane levou dois cartões amarelos nos primeiros jogos e os franceses temiam em perder o jogador para o restante da competição. Porém, ele e a França mudariam drásticamente a partir das oitavas de final.

Adversários, tremei. Zizou voltou.
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A França pareceu ter levado um choque de ânimo a partir do jogo contra a Espanha, nas oitavas de final da Copa. O time jogou tudo o que não havia jogado na primeira fase e bateu forte nos espanhóis: 3 a 1, com direito a um golaço de Zidane. A equipe estava nas quartas de final. O adversário seria o freguês de carteirinha, mas favorito ao título, Brasil.

Show
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Zidane jogou demais contra o Brasil. Foi dele o passe para o único gol do jogo, de Henry, e foram dele as maiores jogadas da partida, inclusive um chapéu sem dó no amigo Ronaldo, em pleno meio de campo. A classe, a visão de jogo e o futebol de Zidane estavam definitivamente de volta. O Brasil estava eliminado. E a França mais do que nunca no caminho do bicampeonato.

Craque decide de novo
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Zidane e a França tiveram um adversário duro pela frente, a seleção de Portugal, comandada pelo brasileiro Luis Felipe Scolari. Porém, os “bleus” venceram por 1 a 0, gol do craque, Zidane, de pênalti. Com uma nova apresentação mágica, antes mesmo da final, Zidane foi eleito o melhor jogador da Copa. Faltava a coroação, na final, contra a igualmente ótima seleção da Itália.
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Do céu…
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Itália e França fizeram uma final incrível na Alemanha. Era o encontro de dois titãs do futebol mundial. A Itália lutava pelo tetra e por um título que não conquistava há 24 anos. A França buscava o bicampeonato, a coroação definitiva de Zidane e o título de melhor seleção do século XXI. O jogo começou melhor para a França, com Zidane marcando um golaço de pênalti (isso mesmo, golaço de pênalti, com um leve toque por baixo da bola) e abrindo o placar. Ele se igualava a Pelé, Vavá e Paul Breitner como um dos poucos a marcar em duas finais de Copa do Mundo. Pouco tempo depois, a Itália empatou com Materazzi, que seria, ao lado de Zizou, um dos protagonistas da final.
O jogo foi para a prorrogação e Zidane seguiu jogando muito. O ponto alto foi uma cabeçada mortal que obrigou Buffon a fazer uma defesa sensacional. Mas outra cabeçada entraria para a história e encerraria de maneira melancólica a carreira do maior jogador francês da história.

…ao inferno
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Depois de ser provocado por Materazzi após um lance comum na zaga da Itália, Zidane deu uma cabeçada no peito do jogador italiano, fora do olhar do árbitro argentino Horácio Elizondo. Porém, o quarto árbitro avisou o argentino, que expulsou o jogador francês.
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De maneira chocante, era o fim da carreira do maior jogador que a França já teve. Um triste fim. O jogo foi para os pênaltis, e a França, sem o seu maestro, perdeu para a Itália por 5 a 3.
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Mito do futebol
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Mesmo com o triste fim de sua carreira, Zidane é adorado, até hoje, por todos os amantes do futebol (até mesmo alguns brasileiros!). O que o craque de Marselha jogou ao longo de mais de uma década é impagável e está marcado para sempre na história. Zidane foi o maior jogador que a França teve, superou os feitos de Platini, foi referência para milhares de jovens jogadores pelo mundo todo e ídolo de franceses, italianos e espanhóis. Engajado com projetos sociais, Zidane segue até hoje no Real Madrid e acompanha os passos de seu filho, Enzo, no mesmo clube merengue. Se o garoto será como o pai ainda é cedo para saber. Mas só de levar o sobrenome Zidane já nos leva a imaginar atuações mágicas. Sublime para o futebol. E terrível para os brasileiros! Zidane foi, é, e sempre será um dos maiores deuses do futebol. Um craque imortal.
Números:
Realizou 108 jogos pela seleção da França e marcou 31 gols.
Realizou 681 jogos na carreira e marcou 128 gols.

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futebol interior

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