terça-feira, 29 de setembro de 2015

LC: FC Porto-Chelsea, 2-1 (crónica)

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Um Dragão gigantesco, épico e sentimental


Que pose, que altivez, que capacidade para se agigantar! Está de parabéns o Dragão. José Mourinho sabia que o FC Portogosta de ser grande frente aos grandes, mas esta noite foi mais que isso. Foi enorme! 2-1 e liderança no Grupo G da Liga dos Campeões. 

A imagem daqueles longos minutos, a caminho do último quarto-de-hora, foram de um Chelsea vulgarizado, a sofrer rombos em todas as zonas da sua defesas. Por momentos, a equipa londrina foi demasiado pequena perante tamanho FC Porto. 

Ali surgiu a fase lírica dos dragões, o toque sentimental, aquela variável que transmite encanto a um jogo relativamente matizado. Mourinho não acreditava nessa tentação portista. Mas ela fez-se sentir. Ao lado de um desconcertante Brahimi estavam duas figuras que provocam arrepios na pele azul e branca: Rúben Neves e André André. 

Rúben merece, por si só, um capítulo. Há uns meses, nem tinha carta de condução. Agora, com 18 anos, parece um maestro de cabelos brancos a marcar ritmos. Um jogo de homem, de craque. De pura confirmação de talento. 

O público do Dragão aplaudiu de pé a sua jóia, ali nascida e criada. Resistiu 77 minutos, sucumbindo a problemas físicos. Pouco depois seria André André, dois nomes e dois golos em jogos grandes. Depois do clássico frente ao Benfica, a Liga dos Campeões e o Chelsea. Nova ovação coletiva. 

Seria injusto reduzir o elogio a estas personagens e esquecer Maxi Pereira, Aboubakar, Imbula (que grande segunda parte!). O cabeceamento de Maicon. E Iker Casilllas. Na noite em que estabeleceu novo recorde de presenças na Liga dos Campeões, fugindo a Xavi, não merecia a pena máxima pelo empate circunstancial do Chelsea, em cima do intervalo. 

Seria errado reduzir a análise ao desfecho e concluir que Julen Lopetegui superou claramente José Mourinho. Em abono da verdade, ao cair do pano Marcano cometeu grande penalidade, por mão na bola, em lance com Diego Costa (89m). Essa é a análise objetiva. Mas o FC Porto não merecia vencer? Merecia, seguramente. 

As duas equipas desenharam esquemas semelhantes, com alterações de circunstância e declarações de respeito mútuo. Um falso extremo (André André do lado português, Willian no Chelsea), um segundo homem para reforçar a zona à frente da defesa (Rúben Neves no FC Porto, Ramires entre os visitantes). Lopetegui acrescentou Indi, a aposta de risco para o lado esquerdo. Não a perdeu. 

A grande dor de cabeça para o FC Porto foi Diego Costa, o regressado, com as reputadas e – ainda assim – imparáveis deambulações para o flanco canhoto. Durante grande parte do jogo, Maicon e seus pares não conseguiram travar a seta do Chelsea. Sozinho, conseguia segurar e servir para entradas rápidas. Fórmula simples, de equipa em transição, e não raramente eficaz. 

Os dragões entraram melhor, anunciaram ao que iam mas foi Iker Casillas a impedir o golo inglês, após os minutos iniciais, após remates dos compatriotas Cesc Fábregas e Pedro Rodriguez. 

O FC Porto respondeu a partir da meia-hora, tirando partido da clara incapacidade de Ivanovic para anular um desconcertante Brahimi. O primeiro golo surgiria por ali, após bailado argelino, na esquerda para o centro. Begovic adiou, André André apareceu de improviso para recarregar. 

Nem tudo era perfeito, ainda assim. Os dragões hesitavam na cobertura defensiva. Uma desatenção foi fatal, em cima do intervalo, com Ramires a aparecer entre Ruben Neves e Imbula para se aproximar da área e conquistar falta, cometida por Danilo. 

Casillas gesticulava, berrava, estava desconfortável. Percebeu-se desde logo que não via a bola. E Willian, com classe, engavetou-a no lado mais distante, onde devia estar o guarda-redes. Não viu, não caiu sozinho, mas caiu. Naquele momento, Iker Casillas falhou. 

O Chelsea teve mais, criou oportunidades antes e depois, mas para a história ficará uma entrada soberba do FC Porto na etapa complementar. De novo Brahimi, agora a receber de Indi e a conquistar um canto. Seguiu-se o laboratório, o desenho perfeito, Maicon a fugir do guarda-redes e a desviar após cruzamento medido de Rúben Neves. De novo o FC Porto na frente. 

Diego Costa responde, atira ao ferro, quer resolver a questão sozinho. Hazard, mais tarde, atira às malhas laterais. Mas tudo o resto é um imenso azul e branco em torno da baliza de Begovic, uma demonstração de força, de classe, de querer. O anúncio de um terceiro golo que não surgiu. 

Nesse período foi gritante a falta de segurança defensiva deste Chelsea, com uma linha a caminhar para o final do prazo de validade. Danilo Pereira cabeceou ao poste, entre vários ensaios. 
Julen Lopetegui geriu esforços, tirou as unidades com maior rendimento e maior desgaste – Rúben Neves por incapacidade física, depois André André e Brahimi - , Mourinho respondeu com Hazard, antes de Matic e Kenedy. 

O Chelsea despediu-se com um cerco à baliza portista e a clara ameaça do empate. Não escandalizaria nem seria justo para o que o FC Porto fez ao longo da noite. Um Dragão para lá de grande. Enorme.



FC PORTO 2-1 CHELSEA
29-09-2015 21:34

André André e Maicon abateram o gigante azul


O FC Porto derrotou o Chelsea por 2-1 na segunda jornada do grupo G da Liga dos Campeões.

O FC Porto recebeu esta terça-feira o Chelsea em partida referente à segunda jornada da Liga dos Campeões e saiu vitorioso no reencontro com José Mourinho (2-1). André André e Maicon marcaram para os portistas, Willian apontou o tento dos ingleses.
Lopetegui fez algumas alterações na equipa inicial e surpreendeu ao lançar Martins Indi como lateral esquerdo no lugar de Miguel Layún. Perante um estádio muito bem composto, com 46.120 adeptos nas bancadas, os 'dragões' entraram em jogo em busca do golo e pertenceu a Brahimi a primeira oportunidade, mas o argelino permitiu a defesa de Begovic. O Chelsea acordou e respondeu, mas Casillas defendeu remates perigosos de Fàbregas e Pedro Rodríguez.
O 'nó' continuou atado durante boa parte do primeiro tempo, mas aos 39 minutos apareceu André André, que voltou a ser herói no Dragão. Brahimi atirou para defesa incompleta de Begovic e o médio portista apareceu a finalizar, dando aos adeptos portistas a primeira explosão de alegria na noite.
Quando tudo parecia indicar que os 'dragões' iriam para o intervalo em vantagem, porém, Willian dispôs de um livre à entrada da grande área do FC Porto e atirou a contar. Casillas só conseguiu ver a bola a entrar na baliza e ouvir o apito do compatriota Mateu Lahoz para intervalo.
Pouco depois do arranque do segundo tempo, porém, o Dragão voltou a celebrar. 52 minutos de jogo, pontapé de canto batido por Rúben Neves e Maicon a cabecear para o fundo das redes de Begovic e para o 2-1 na partida.
O muito reputado e regressado Diego Costa mostrou então as 'garras' e atirou cruzado mas a bola acertou em cheio na barra da baliza de Iker Casillas, antes de Brahimi e Rúben Neves verem remates intercetados por adversários.
Em vantagem no marcador, o FC Porto permitiu um arranque perigoso de Eden Hazard pela direita - a finalização foi às malhas laterais - mas de seguida partiu em busca do 3-1 para tentar resolver o encontro. Imbula ensaiou um remate do meio da rua que passou por cima da baliza dos 'blues'.
Seguiu-se depois uma jogada com múltiplas ocasiões para os portistas: Imbula rematou para defesa de Begovic, Brahimi cruzou mas não encontrou ninguém e Danilo Pereira rematou mas a bola foi desviada por um defesa. Brahimi, de seguida, atirou para mais uma grande defesa de Begovic, que ia evitando males maiores para Mourinho.
Apesar da inevitável pressão do Chelsea que se seguiu, o FC Porto conseguiu segurar a vantagem mínima até ao final - Danilo Pereira ainda atirou ao poste - e garantiu três pontos preciosos. O triunfo, para já, deixa os 'dragões' na liderança do grupo G, em igualdade pontual com o Dínamo Kiev, que venceu no terreno do Maccabi Tel-Aviv. O Chelsea ocupa o terceiro posto.

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